11.10.10

muletas

ninguém avisou os filhos da madrugada que, ironicamente, ainda é de noite. e muitos anos têm vivido, só pode, com uma venda branca. a claridade baça que os anima encerra os canos das espingardas - extensões dos braços vizinhos - que não chegaram a ser exiladas. uns contra os outros, não há figura simbólica, um homem, um corpo que sintetize a vontade de mudança. outrora um regime, hoje uma sociedade diluída. e não há fado ou saudade que nos valha neste amparo do país de muletas.

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sem pressa de chegar longe, um blogue de joaquim francisco cinzento, sem data para se cumprir.