28.4.10

os amigos de la palisse (3)

temos ido, por razões um tanto ou quanto de perda, ao cemitério. e custa, tanto mais porque de lá temos saído menos vivos.

26.4.10

quase sempre

tens-me dito não muitas vezes, e não só por palavras ou gestos, mas também olhares. é de cultivar a resistência, creio. ainda será por esses olhos que encontrarei uma brecha na muralha.

23.4.10

também me tem vindo a matar com a voz

"
(...)reitero a necessidade de valorizarmos Scarlett Johansson enquanto ícone mediático eminentemente audiovisual: é a voz que lhe conhecemos que concita a uma adesão sensual à imagem. No fundo, sem a âncora memorativa daquela singularíssima voz arrastada (conheço casos em território nacional), aquelas mamas, aqueles olhos, aqueles lábios, ainda que fulgurantes, estariam condenados a diluir-se entre os lugares comuns da paisagem contemporânea."

tudo muito bem explicado no e deus criou a mulher, pela mão do bruno sena martins.

20.4.10

os amigos de la palisse (2)

é muito difícil lembramo-nos das coisas, se elas, malditas, nos têm votado ao esquecimento.

18.4.10

fim de tarde, em casa

há uma preguiça em entrar na noite. convém vestir um avental e, com maior ou menor sorte, tentar enganar os sentidos.

15.4.10

os amigos de la palisse (1)

é tudo muito óbvio, é, pensam eles. não corram, não.

12.4.10

talvez um dia



The Illuminated Man,
Duane Michals

9.4.10

não há maneiras

uma velha mandou um rapaz, no metro, para o caralho. o rapaz não fez nada. tinha talvez a mulher alguma mostarda no nariz e bastante sangue de bolhão nas artérias que lhe latejavam na cabeça. vai para o caralho, repetiu ela. o rapaz não ripostou nada, deixou-se estar, nem um punho fechado para amostra. já não há maneiras.

6.4.10

you start missing everybody



e mesmo que seja uma agulha no palheiro ou à espera no centeio.

4.4.10

ninguém tem culpa

quando chegarmos à velha europa, ainda que perguntemos ao vento em qualquer das velhas línguas, mostra a canção que, o raio do vento, como em todos os momentos, não responderá.

devia ser

era assim uma coisa parecida com nada.

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sem pressa de chegar longe, um blogue de joaquim francisco cinzento, sem data para se cumprir.